segunda-feira, 10 de agosto de 2009

E lá vai o bonde

Alguém mandou acionar o bonde.

E lá vai ele de novo, depois de um ano, carregando de tudo um pouco.

Das coisas que transporta, é possível vislumbrar de longe, meio dependurado, batendo contra o corpo do veículo, que não é de metal, nem de madeira, nem de pedra, nem tampouco de marfim, pequenos versos entrelaçados quase arrastando nos trilhos e vulneráveis ao menor solavanco. O apreensivo espectador, muito íntimo deles, despede-se com um aceno e reza que eles tenham força suficiente para seguirem firmes e não ficarem pelo caminho.

Três jeitos

Num abraço dado
Espreme forte
Que toda saudade escorre.

Dum afago suave
Agita a poeira,
Descobrindo o dia.

Ao piscar confiante
Encerre alguém
Num eterno instante.

Um comentário:

Marta disse...

e lá vamos nós. =)